Apesar de fechar 2017 com crescimento no faturamento, o setor de franquias não passou ileso da crise. O total de redes operando pelo franchising retraiu 6%, para 2,8 mil marcas, e a abertura de novas lojas desacelerou, com alta de 2%.
O resultado, divulgado ontem pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), ficou abaixo da expectativa da entidade. Em número de unidades, a previsão no início do ano passado era de um crescimento de 4% a 5%, e uma estabilidade no total de redes. “O franchising não é uma bolha do resto do mercado, e realmente tivemos um impacto da crise”, afirmou o presidente da associação, Altino Cristofoletti Jr., em conversa com jornalistas.
A frustração nas previsões de 2017, em relação às aberturas de lojas, ocorreu por uma falta de confiança dos empreendedores para investir em franquias. Os ambientes político e econômico ainda instáveis explicam a falta de ânimo do investidor , afirma o dirigente. De acordo com ele, a maior parte das inaugurações do ano passado vieram através de franqueados que já operavam na rede.
“O crescimento de 2% foi fruto da crença do franqueado no negócio, que enxergou uma oportunidade de crescimento. As redes não tiveram a expansão projetada, mas tiveram um avanço mais seguro, propiciado pelos empreendedores que já estavam atuando no negócio”, afirma.
Sobre a redução no número de redes, que passou de 3,03 mil, em 2016, para 2,8 mil ao final do ano passado, Cristofoletti explica que a maior parte das marcas que pararam de atuar pelo sistema ou fecharam as portas eram redes menores, de até dez unidades, e que ainda não estavam completamente estruturadas. O executivo afirma que o movimento é natural no processo de amadurecimento do setor, mas admite que o impacto foi expressivo para o franchising.
A redução no número de redes não ocorreu apenas no ano passado e já vem desde 2016. No época houve retração de 1,1%, no total de redes, saindo de 3,07 para 3,03 (veja mais no gráfico). Nos dois anos de recuo, 273 marcas quebraram ou deixaram de operar pelo sistema de franquias. Para 2018, a previsão da ABF é que o movimento de redução das redes se estabilize, e que as unidades de franquias cresçam 3%. Se concretizada a previsão, o valor ainda seria inferior aos registrados antes da recessão. Em 2014, o total de lojas aumentou 9,6% e 9,4% em 2013.
Faturamento
Em relação ao faturamento, a expansão em termos nominais foi de 8% em 2017, mantendo o ritmo visto no ano anterior (8,3%). Em termos reais, no entanto, o ganho foi maior, uma vez que a inflação fechou em um patamar muito inferior no ano passado – em 2,95%, frente 6,29% registrados em 2016.
Além da melhora de indicadores econômicos, principalmente a queda dos juros e da inflação, Cristofoletti destaca quatro pontos do próprio setor que contribuíram de forma expressiva para o desempenho de 2017: “a diversificação de canais e formatos; a expansão para pontos alternativos, como hospitais e universidades; a interiorização das franquias e maior estruturação do próprio franqueado, com o crescimento dos chamados multifranqueados”, explica o executivo.
Com avanço, o franchising atingiu faturamento de R$ 163 bilhões no ano passado, frente uma receita bruta de R$ 151,2 bilhões registrada em 2016. Para este ano, a projeção da entidade é que faturamento avance entre 9% a 10%. Para a entidade, 2018 deve ser um ano de virada, apesar das incertezas e do risco que as eleições gerais ainda trazem para o ambiente de negócios. “O Brasil é complicado e sempre há o risco de surgirem notícias que impactem o ambiente de negócios. Mas nesse início de 2018 já percebemos uma confiança maior do empreendedor para voltar a investir”, afirma.
Maiores do setor
Na ocasião, a entidade divulgou também um ranking das 50 maiores redes do setor em número de unidades. Na edição deste ano, O Boticário se manteve na primeira colocação, com 3.762 lojas. A rede, no entanto, apresentou um saldo positivo relativamente baixo, em relação a 2016, com um acréscimo de só 32 operações.
Na segunda posição ficou a AM PM, que em 2016 tinha figurado no quarto lugar. A rede de lojas de conveniência dos postos Ipiranga abriu 375 unidades, passando de 2.039 pontos ao final de 2016 para 2.414 ao término do ano passado. Segundo a gerente de inteligência de mercado da ABF, Vanessa Bretas, as redes localizadas em postos de combustíveis ou ligadas ao segmento de serviços automotivos tiveram destaque no ranking de 2017.
ABR Mania, loja de conveniência dos postos BR, e a Jet Oil, são outros exemplos. A primeira ficou na oitava colocação, com 1.311 unidades, e a segunda no quinto lugar do ranking, com 1.735 operações.
Fonte: Estado de SP
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Fonte: Grupo Bittencourt