Abrir o próprio negócio requer uma série de decisões e planejamentos. É preciso sempre ter em mente as mais diferentes mudanças que podem atingir o mercado e como estar preparado para enfrentá-las. Apesar disso, existem contratempos que podem ameaçar o empreendimento de qualquer um, e, embora não seja correto já pensar na falência ao abrir um empreendimento, alguns sinais podem indicar que o negócio deverá fechar as portas.
De acordo com o especialista em auditoria e controladoria e sócio da consultoria Tiex, Fábio Yamamoto, é preciso sempre pensar em alternativas para possíveis eventualidades e, se for o caso, aceitar que a falência é também uma opção. "Em muitos países o fracasso é visto como uma experiência positiva, pois acrescenta à experiência deste profissional uma lista de coisas que não se deve fazer", explica.
Explorando melhor o assunto, o especialista ainda elencou três sinais de que o empreendimento talvez não esteja muito bem, e que pode ser o caso de pensar em fechar as portas:
LUCRO OU GERAÇÃO DE CAIXA NEGATIVO
Tendo em vista os últimos meses do empreendimento, foi possível perceber geração de caixa e lucro regularmente? Caso a resposta seja negativa, é melhor ficar atento. Segundo Yamamoto, é preciso estabelecer uma taxa de retorno ao negócio e buscar estar sempre o mais próximo dele — e, se possível, ultrapassá-lo.
Outro ponto levantado pelo especialista é, mesmo que a empresa gere o resultado esperado, é o suficiente para remunerar todos os sócios de maneira razoável?
DÍVIDAS
Embora não haja uma regra exata que diga o tamanho máximo da dívida de uma empresa que ainda seja sustentável, Yamamoto indica que o empreendedor deve observar se o caixa gerado é suficiente para pagar as contas. Segundo ele, uma empresa saudável sempre deve reinvestir, mesmo que pouco, o que sobrar do caixa. Além disso, todas as dívidas da empresa devem ser pagas por ela mesma.
"É importante ressaltar que dívidas da empresa devem ser pagas pela empresa. Se a dívida se torna tão grande que a empresa não consegue arcar, ou então o que sobra após o pagamento da dívida é tão pouco, é hora de avaliar se o momento é de abandonar o barco de vez e partir para outro negócio", explica.
INSATISFAÇÃO PESSOAL
Avaliar o sucesso de um empreendimento também vai além de fatores financeiros. De acordo com o especialista, a insatisfação pessoal também pode interferir na vida profissional. "Aos poucos esse comportamento vai minando o negócio. A insatisfação acaba levando a falta de interesse ou empenho no dia a dia, o que certamente irá ocasionar a morte lenta do seu negócio", pontua Yamamoto.
Além disso, o empreendedor também deve ter uma perspectiva positiva acerca do que pretende alcançar. A falta de visão de futuro é um sinal de desinteresse e que, se não trabalhada, também se torna um fator corrosivo a qualquer negócio.
Embora alerte para os cuidados que os empreendedores devem ter, o especialista ressalta que a falência de um negócio não é sinal de fracasso. "É importante extrair o viés positivo desse insucesso de forma a aprender com os erros cometidos aumentando as chances de sucesso na próxima tentativa", finaliza.
Fonte: PANROTAS